Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qua | 28.12.16

Têm mesmo que fazer isto pela saúde dos vossos filhos.

Little boy and doctor using stethoscope on panda toy


E pela vossa também.

Eu sou muito chata com estas coisas da saúde. Sou mesmo. Sou até um pouco hipocondríaca mas acho que nisto não estou a ser exagerada.

Falo de seguros de saúde. Qualquer um que seja adequado a vós, ao que pretendem e às vossas possibilidades. Façam para os vossos filhos e façam para vocês também.

O seguro que tenho faz parte do meu contrato de trabalho. A seguradora do Milton e das minhas filhas é a mesma. Se assim não fosse, de certeza que tinha seguro de saúde na mesma.

Podia contar-vos muitas histórias sobre o Sistema Nacional de Saúde, em especial sobre o atendimento em serviços de urgência. São histórias minhas e de pessoas que me são muito próximas, histórias que eu sei que são reais porque se passaram comigo ou à minha frente. Mas acredito que quase toda a gente conhece histórias semelhantes ou por terem passado por elas, ou por as verem nas notícias. Não vos conto as histórias mais graves porque não quero expor a privacidade de outras pessoas mas saibam que ter acesso a um serviço médico privado pode salvar-vos, literalmente, a vida.

O problema é que, quando somos atendidos num serviço privado e precisamos de fazer exames e análises, podemos ter que pagar um salário inteiro de uma só vez, ou mais. É por isso que é muito importante ter um seguro de saúde que nos permita ter acesso a serviços de saúde privados a preços razoáveis.

A história que vos conto a seguir não é grave, felizmente.

A minha filha de 2 anos e meio teve uma infeção bacteriana que lhe causou uma faringite e duas otites. Foi à pediatra e ficou em casa durante uma semana.

A Maria, de 5 meses, começou a ficar adoentada poucos dias depois. Uma tosse e uma ranhoca no início. Depois veio a febre. Depois veio a respiração acelerada, a falta de apetite e o abatimento. Era fim de semana e ligámos à pediatra que nos aconselhou a ir ao hospital ver se ela tinha uma bronquiolite e, em caso positivo, fazer vapores.

Assim fizemos.

Já estava medicada para a febre quando lá chegámos e ficou com uma pulseira verde.

Já passava das 22h00 e o hospital estava cheio.

Na sala de espera da pediatria estavam umas 5 ou 6 crianças acompanhadas pelo pai ou pela mãe.

Curiosamente éramos o único casal (se calhar porque só deixam entrar uma pessoa mas, mesmo assim, achei estranho).

Comecei a ver as crianças a serem chamadas e, estranhamente, a regressarem 3 minutos depois. Chegou a nossa vez e o médico disse-me para deitar a Maria e deixá-la de body. Ele viu-lhe os ouvidos e olhou para a barriga dela. Eu falei nas dificuldades respiratórias e ele disse que não estava a verificar dificuldades respiratórias nenhumas. Ele nem a auscultou parece-me, nem lhe viu a garganta e mal lhe tocou. A única coisa que o vi a ver foi os ouvidos e a tocar no peito dela, levemente, com o indicador. Falei nos vapores e ele disse: “Nada de vapores”.

Saí 3 minutos depois de ter entrado com a recomendação de dar supositórios para a febre e voltar se a febre não baixasse em 3 dias.

A sentir-me muito parva por ter ido ao hospital, lá voltei para casa, onde a minha sogra ficou a tomar conta da Lara que ainda estava adoentada.

No dia seguinte fui à pediatra com a Maria. Tinha uma bronquiolite bacteriana e uma faringite.
Já está a tomar antibiótico e a fazer vapores.

Caramba pá!

Vi lá crianças visivelmente mais adoentadas que a Maria que estiveram lá tão pouco tempo como ela. Será que aquelas mães também vão consultar um pediatra ou vão simplesmente aceitar o que aquele médico disse?

Eu sei que os médicos e outros profissionais de saúde têm muito más condições de trabalho. Eu percebo mesmo isso, mas caramba! Estão a lidar com crianças e, muitas vezes, com pais desinformados. Como é que aquele médico nem lhe viu os pulmões e a garganta? Isso era o mínimo a fazer (digo eu, que não percebo nada de medicina).

Como é que aquele homem dorme à noite?

Eu não percebo.

Quando percebi que a Maria tinha bronquiolite nem fiquei zangada com o médico do serviço de urgência. Fiquei chocada e preocupada com todas as crianças (e adultos porque acho que ele nem era pediatra) que são atendidas por ele e confiam que ele está a fazer um bom trabalho. É por isso que escrevo este texto. Porque há mais situações assim. Muitas mesmo. E não posso simplesmente calar-me (e dormir bem à noite).

Não me interpretem mal. Já fui muito bem tratada no hospital, tenho uma médica de família que é uma querida e de quem gosto bastante, e conheço excelente médicos. São mais ou bons do que os que não o são. Não podemos julgar o todo por uma parte. Bons e maus profissionais existem em todas as áreas.

Mas acreditem que, em caso de necessidade, vão querer ter a possibilidade de escolha, de pedir uma segunda opinião, de ter um médico que vos atenda o telefone de noite, ou ao fim de semana e se mostre verdadeiramente interessado nos vossos filhos. Se um dia não forem bem atendidos ou tiverem dúvidas, vão querer ter alternativas.

Por favor, se puderem, façam um seguro de saúde.

Qua | 28.12.16

Sabem aquelas mães que acham que os filhos são a 8ª maravilha do mundo... senão a 1ª?

ser-mae

Pois.

Aquelas que falam sem parar nos filhos, falam das suas habilidades como se fossem um prodígio e de cada gracinha como se essa informação fosse tornar o dia de quem a ouve muito mais feliz?!

 

Às vezes sou assim. Acho que não sou muitas vezes assim mas existem dias em que ando a sorrir enquanto caminho, como se tivesse um sol brilhante sobre a cabeça.

Passou-se da seguinte forma:

Estava com a Maria no canguru, numa loja de fotografia do centro da cidade. Tinha ido imprimir umas fotos das miúdas para enviar aos meus pais no Natal.

Entretanto apareceram duas senhoras (que julguei serem avó e neta ou mãe e filha) que se meteram com a Maria.

A senhora da loja de fotografia estava a tentar perceber quantas fotos eu tinha – eu estava a envia-las do telemóvel uma a uma – e, às tantas pus-me a conversar com as senhoras sobre as minhas filhas e já nem estava a responder à senhora da loja.

Entretanto fiquei a falar só com a senhora mais velhinha, uma senhora muito arranjada e bem maquilhada que eu julguei ter cerca de 79 anos, 80 e poucos no máximo. A senhora estava a dizer que a Maria era muito querida e que os filhos são mesmo a nossa maior alegria.

A dada altura a senhora diz-me que tem apenas uma filha perto de si, já que os outros familiares estão no Canadá mas sempre se conseguem ver através do computador. E quem são os outros? Ou melhor, quantos são?

Qualquer coisa como isto

- 9 filhos
- 16 netos
- ? bisnetos (não me lembro mesmo quantos são)
-  2 ou 3 trisnetos

 

Trisnetos?!!! Bem… nunca conheci ninguém que tivesse trisnetos. Quase que achei que não era possível conhecer trisnetos.

Foi preciso controlar muito bem os meus impulsos para não pedir à senhora para tirar uma fotografia com ela.

Eu conheci uma trisavó.

Quantos anos teria aquela senhora tão lúcida e tão bem “apessoada”? Não tive coragem de perguntar.

Entretanto não resisti a mostrar-lhe fotos da Lara e por mim, ficaria ali o resto de dia a conversar com esta senhora tão bonita. Estava a sentir-me especialmente tagarela naquela manhã.

Lá nos despedimentos com muitos desejos de saúde e alegria.

Depois deste encontro senti-me mesmo muito feliz. Fiquei com aquela sensação boa de quem teve uma notícia alegre ou de quem se apercebe que o mundo, por vezes, consegue ser um lugar maravilhoso.

Conheci uma senhora bonita e simpática, que andava pelo seu próprio pé, acompanhada talvez duma bisneta – agora acho que a outra senhora, pela idade, devia ser bisneta – que me contou que tinha trisnetos como quem diz uma coisa normalíssima.  

Que orgulho e que felicidade deve ser ver a família a crescer assim! 

A senhora ainda me contou que uma das suas netas tinha sido mãe pela primeira vez aos 48 anos e estava super feliz com a sua filhota de 5 meses.

Que mundo maravilhoso pá!