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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Qui | 12.01.17

É como se tivesse levado com 2 litros de xanax nas veias

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Tenho dormido pouco. As miúdas estiveram doentes e, mesmo quando estão bem,  acordam pelo menos uma ou duas vezes por noite. A bebé quer mamar ( e está no seu direito com certeza) e a Lara acorda a meio da noite e  aparece no nosso quarto cheia de bagagem: o coelhinho, a almofada preferida e a chucha. Quase invariavelmente içamo-la para a nossa cama e dormimos ali os 5, eu, ele, a Lara e o gato na cama e a Maria no parque. Pode ser por isso que ando assim. Ou não.

 

Chego a casa à tarde e a Lara pede-me para brincar com ela. Gosta que lhe leia livros e, com quase 3 anos,  gosta que lhe explique tudo o que vê nos livros.

 

Então, de 3 em 3 segundos ela pergunta: “O que é isto?”, “O que é isto?”, “O que é isto?”, “O que é isto?” “O que é isto?”.

 

E eu: “É uma laranjeira, é uma flor, é uma cabra, uma bola, um telefone, uma cadeira, um micro-ondas, um copo, um hipopótamo, uma escova, um dinossauro, uma moeda, uma maçã, uma cabeça, um ET, um cocó e por aí fora…

 

Bom… na segunda página os meus olhos começam a fechar sem eu dar por isso, a minha cabeça começa a pender e um fio de baba teima em escorrer pelo canto da minha boca.

 

Nessas alturas eu penso sempre que se acontecesse uma emergência qualquer a minha capacidade de reação seria zero. Podia vir aí o Godzilla que eu não me mexia.

 

A sério, parece até que estou drogada ou qualquer coisa parecida. E piora bastante com livros como os dicionários de imagens. Quando a Lara pega num desses livros com centenas de objetos para descrever eu começo logo a bocejar.

 

Sou a única?! Por favor alguém me diga que sabe do que é que eu estou a falar.

Qui | 12.01.17

Manual de Educação Intemporal

Encontrei este poema de Dorothy Law Nolte nos dois livros que li do pediatra Mário Cordeiro e fez-me logo todo o sentido. Nem podia ser de outra forma.

 

Por mais que pesquisemos e nos informemos sobre vários modelos e teorias de educação, nenhum conhecimento teórico vai superar os efeitos do nosso exemplo na educação e desenvolvimento da personalidade dos nossos filhos.

 

Eles aprendem o que nos virem fazer. Eles confiam em nós mais do que em qualquer outra pessoa e o que somos, para os nossos filhos, é de uma responsabilidade avassaladora.

 

É por isso que considero, muitas vezes, que os nossos filhos nos obrigam a ser melhores pessoas. Falo por mim.

 

Claro que não vou poder (nem querer) mudar de personalidade. Ainda é mais óbvio que não vou fingir ser uma pessoa diferente ao pé das minhas filhas. Mas, depois de ser mãe, tornei-me muito mais ponderada e refleti muito sobre a minha forma de estar na vida.

 

Mantenho os meus valores e a minha personalidade mas penso muito mais em temas como o tempo, a solidariedade, a bondade, o altruísmo, a ansiedade...

 

Tento, todos os dias, tornar-me uma pessoa um pouco mais atenta e menos nervosa. Tento fazer menos fretes e usar o meu tempo em coisas que me deixam mesmo feliz, guardando os fretes para situações em que é necessário ajudar alguém, fazer algo por outra pessoa e não apenas "parecer bem" ou "ficar bem no filme".

 

Tento, todos os dias, aproximar-me mais de ser o tipo de pessoa que gostaria de encontrar pelo mundo. Tento ser um exemplo para as minhas filhas fazendo, acima de tudo, aquilo que acredito ser o melhor possível.Segue o poema mencionado que reflete, de uma forma maravilhosa, o que acredito ser o princípio básico da educação.

 

As crianças aprendem o que vivenciam

 

Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar.

 

Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar.

 

Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas.

 

Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas.

 

Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas.

 

Se convivem com a inveja, aprendem a invejar.

 

Se vivem com vergonha, aprendem a sentir culpa.

 

Se vivem sendo incentivadas, aprendem a ter confiança em si mesmas.

 

Se as crianças vivenciam a tolerância, aprendem a ser pacientes.

 

Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar.

 

Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar.

 

Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas.

 

Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo.

 

Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade.

 

Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade.

 

Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça.

 

Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito.

 

Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam.

 

Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver. 

 

Dorothy Law Nolte

Qui | 12.01.17

Ganhámos um Diploma! De poupança!

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Verdade.

 

De modo que estamos completamente habilitados para fornecer boas dicas para poupar na conta de eletricidade.O mais estranho é que me dedico tanto a engendrar novas e mais eficazes formas de poupança (eu e o Milton), que fiquei realmente satisfeita quando recebemos um telefonema da EDA a informar que tinham um diploma de eficiência energética para nós, por sermos dos clientes que mais se destacaram no ano anterior.

 

Claro que um ano de eletricidade grátis, um automóvel, uma viagem ou mesmo um jantar para dois teria sido muito apreciado por nós mas vá... confesso que fiquei contente com o diploma, uma balão amarelo e um íman de frigorifico com informação sobre a tarifa tri-horária (que eu já tinha mas dois não são demais pois não?).

 

Mas vamos ao que interessa, as tais dicas para poupar na conta de eletricidade.Vale a pena fazer uma pequena introdução.

 

Não usamos gás.

 

Temos tudo elétrico, desde o forno e o fogão ao sistema de cilindro para aquecer a água.

 

É tudo muito prático e bonito mas a conta de eletricidade pode chegar facilmente aos 100 euros por mês se não tomarmos algumas medidas.

 

A primeira coisa que fizemos foi alterar a tarifa de eletricidade para uma tri-horária e  identificar os eletrodomésticos que gastavam mais: placa elétrica do fogão, máquina de lavar roupa, cilindro de aquecer a água e jarro elétrico.

 

Depois fazemos uma série de coisas que nos permitiram descer as primeiras contas de eletricidade para quase metade do que pagámos nos primeiros meses.

 

  • A máquina de lavar roupa só trabalha depois das 22h00.

  • Cozinhamos quase sempre depois das 22h00, e apenas duas ou três vezes por semana, fazendo doses maiores de sopa, refeições para o almoço e papas de pequeno almoço que conservamos no frigorífico.

  • Faço chá, quase todos os dias, a partir das 22h00 e coloco-o num grande termo de chá, para beber durante o dia seguinte.

  • Comprámos uma ficha elétrica com temporizador para o cilindro que faz com que ele funcione apenas das 5 às 7 da manhã, o suficiente para ter água quente durante o dia para os banhos de todos.

  • Por falar em banhos, somos adeptos dos banhos coletivos.

  • Não usamos aquecedor nem desumidificador.

  • Raramente passo a ferro, só mesmo a roupa que é preciso passar. Nada de passar lençóis, toalhas, panos e essas coisas. Mesmo t-shirts e camisolas só algumas é que têm o prazer de contactar com o quentinho do ferro.

  • A TV nunca está ligada (nem temos canais por cabo). Só a usamos para ver filmes e séries à noite e ocasionalmente para a Lara ver alguns desenhos animados.

  • Usamos as lâmpadas mais económicas que encontrámos no mercado. São caras mas compensam na conta de eletricidade.

  • Diminuímos a potência contratada para 4,6 KVA o que diminui a conta de eletricidade mas tem  como inconveniente não podermos ter muitos eletrodomésticos ligados ao mesmo tempo. Não nos faz grande diferença. Não podemos ter três bocas do fogão ligadas ao mesmo tempo no máximo, nem a máquina de lavar ligada ao mesmo tempo que uma boca de fogão. Resolvemos isso ligando a máquina antes de irmos dormir.

  • Quando comprámos eletrodomésticos grandes (frigorífico, máquina de lavar, TV, etc) tivémos em consideração a sua eficiência energética (no mínimo A+).

  • Usamos o mínimo possível de luz elétrica, só a ligando quando existe verdadeira necessidade. Se não estamos numa divisão da casa, não deixamos a luz ligada.Basicamente é isto. Se calhar para algumas pessoas vivemos como monges mas o facto é que é uma questão de hábito e, passado um tempo, não custa mesmo nada.

    O que me custou mais foi abdicar de banhos prolongados no inverno mas como o tempo para isso é mais ou menos escasso, tenho sobrevivido bem. :PAlguma dica que queiram acrescentar?
Qui | 12.01.17

O arroz doce da minha avó

arroz doce

A minha avó sempre cozinhou muito bem. Cozinhava coisas muito simples mas eram feitas com tanto cuidado, com tanto amor que, até hoje, deixaram deliciosas memórias na minha mente. Agora, já com 85 anos e quase sem ver, já não pode cozinhar mas deixou-me o gosto por um arroz doce sequinho, bolos com um travo a limão, fritos de Natal e um arroz de forno dourado e crocante.

O pão de ló que a minha avó fazia era o melhor do mundo… nunca estava queimado ou seco demais, ou crú. Não tinha qualquer defeito. Era sempre tão bom, tão amarelinho e bonito!

Ela fazia-o numa patusca, um forno elétrico redondo, que também era usado para fazer um arroz de frango delicioso como nunca mais comi outro. O arroz ficava dourado de manteiga e rodelas de chouriço, com pedaços de frango crocante por fora e super macio por dentro. Acho que até hoje é das minhas comidas preferidas, aquela comida de conforto que nos sabe sempre pela vida. O problema é que nunca mais comi um arroz assim.

A única coisa em que me atrevo a copiar a comida da minha avó Leontina é o arroz doce. Tanto andei a experimentar receitas que cheguei a uma que se aproxima do arroz doce que a minha avó fazia: durinho, cozido no ponto certo, e com um sabor delicioso a limão e canela. Nunca gostei muito de mais nenhum arroz doce. Então aqueles que parecem pudins, cheios de molho ou com o arroz muito mole, ou com demasiado ovo, ou com pudim flan à mistura… mal consigo comer. O da minha avó é que era bom: simples, durinho e maravilhoso.

Deixo aqui a minha versão dessa maravilha:

 

Arroz Doce

Ingredientes

1 copo (mais ou menos 200 ml) de arroz carolino
1 copo de água
4 copos de leite
3/4 de copo de açúcar
2 gemas de ovo
raspa de um limão
um pau de canela
1 pitada de sal
canela em pó para decorar

Cozer o arroz numa panela com a água, o leite, a raspa de limão, o pau de canela e uma pitada de sal, em lume brando e mexendo sempre.

Quando o arroz estiver quase no ponto (eu gosto dele pouco cozido) junta-se o açúcar. Continuamos a mexer sempre enquanto coze mais uns 3 minutos. Desliga-se o fogão e juntam-se as gemas de ovos batidas com um pouco de leite, em fio. Vai-se mexendo sempre para evitar que os ovos cozam e apareçam pedaços grandes de ovo no arroz.

Deixa-se arrefecer e polvilha-se com bastante canela.

Fica muito bom e é fácil de fazer.

 

O último que fiz não durou 24 horas. O Milton até o comeu ao pequeno-almoço.