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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Sex | 19.05.17

Dicas de felicidade #5 Sobre relações amorosas e esta vontade que temos de mudar os outros

Bom, não querendo transformar este espaço num consultório amoroso, gostava de partilhar convosco uma coisa ou outra que fui aprendendo e que melhorou substancialmente a minha vida.

 

Muitas das "dicas" que partilho convosco, são práticas em que estou a trabalhar, muitas vezes arduamente. Há dias em que corre tudo lindamente e outros em que ando muitos passos para trás.

 

Continuo a cometer muitos erros mas quero acreditar que cometo menos hoje do que ontem ou, pelo menos, que cometo erros diferentes.

 

Posto isto, hoje vou falar sobre aquele comportamento pernicioso e inútil que é a tentativa de mudar o outro.

 

Já sofri disso. De forma aguda, grave e crónica. Confesso que ainda tenho recaídas, cada vez em menor quantidade e qualidade, mas ainda me acontece tentar mudar outras pessoas. Felizmente não ao nível dos relacionamentos amorosos e hei-de chegar ao ponto de me livrar de vez destes "tiques de personalidade".

 

Aprendi, com o tempo e com as cabeçadas que fui dando (dolorosas mas boas para aprender), que ninguém muda porque nós queremos. A coisa começa logo mal quando queremos mudar alguém. Não temos que mudar ninguém. Claro que quando se trata de alguém da nossa família, ou muito próximo de nós é muito difícil não tentarmos impingir aquilo que julgamos ser o melhor par eles. Mas temos que parar de o fazer (digo isto a mim mesma todos os dias, nem sempre com sucesso).

 

A felicidade dos outros não é responsabilidade nossa. Nem a nossa é responsabilidade dos outros. Isso é um fardo pesado demais e a mais ingrata e inútil das tarefas. A felicidade verdadeira está dentro de nós e só nós é que a conseguimos desenvolver. Claro que as pessoas à nossa volta podem contribuir mais ou menos para estarmos felizes mas, a base da felicidade reside dentro de nós, sempre. É uma frase feita mais do que batida mas, como muitas das coisas mais simples e óbvias, é verdadeira (pelo menos para mim).

 

Posto isto, não devemos achar que mudando o nosso parceiro (ou parceira) seriamos mais felizes. Não acredito que as pessoas mudem muito. Se quiserem mesmo mudar, hã-de fazê-lo, mas não será porque outra pessoa o exige.

 

Por isso continuar uma relação com alguém na esperança que a pessoa mude um dia, ou achar que seríamos mais felizes se a outra pessoa fosse diferente, é um erro que nos pode custar muito tempo, humor, calma mental e momentos de alegria.

 

Todos temos defeitos, todos sem exceção. Temos é defeitos e virtudes diferentes. E, se calhar, o que para uns é uma coisa má, para outros será uma coisa boa. Por exemplo se uma grande ambição financeira é algo bem visto por algumas pessoas, para outras é algo completamente dispensável e até inibidor de felicidade. Somos todos diferentes, é um facto.

 

E, para vivermos com alguém de quem gostamos, em harmonia, é necessário ter pelo menos uma coisa em mente: que tipo de características de personalidade não podemos mesmo suportar? Temos que pensar nas coisas com que nos é muito difícil viver de forma feliz. Convém a lista não ser muito extensa senão não vai haver ninguém com perfil para viver romanticamente connosco.

 

E, mesmo que gostemos muito de alguém, é preciso saber com o que contamos e o que podemos mesmo tolerar. Se chegarmos à conclusão que toleramos muito bem todas as características menos simpáticas do nosso companheiro, é avançar e amanhar o melhor possível. :D Afinal, ele também tem que viver com todas as nossas peculiaridades.

 

O que não devemos fazer, a bem da nossa felicidade, é saber que não teleramos certas coisas e continuar uma relação na esperança de mudar o outro, um dia. Não posso ter certezas mas desconfio que isso não dá muito certo. E o outro não tem que mudar por nós. Isso não é justo. Se alguém muda algum dia é por si mesmo, com uma firme convicção pessoal, nunca por imposição de outra pessoa. Se não suportamos a forma de ser de uma pessoa por mais que tentemos, o que temos a fazer é proceder ao afastamento.

 

As hipóteses viáveis são: tolerar com paciência ou afastarmo-nos. Suportar com queixume constante, com tentativas infrutíferas e aborrecidas de mudar o comportamento do outro, deixar crescer o ressentimento e a mágoa, não é algo que possa trazer felicidade aos nossos dias.

 

Posso dizer que, hoje em dia, sou bastante mais tolerante. Aceito as particularidades de que não gosto nos outros, com a paciência possível e muito humor. Sei que não vão mudar.

 

Continuo a dar conselhos, mas aceito pacificamente aquilo de que não gosto e que é apenas uma pequena e insignificante parte do todo que é uma pessoa. E isto é válido para namorados, amigos, familiares, colegas de trabalho, vizinhos e até desconhecidos que se cruzam connosco por aí.

 

Mais fácil dizer do que fazer, eu sei. Mas, o prémio no fim do caminho é o melhor que existe: paz de espírito e felicidade em quantidades consideráveis, menos cansaço, menos stress, até menos maleitas, menos queda de cabelo , menos noites sem dormir. 

 

Olhem... é mais ou menos como uma massagem constante na alma.

 

Diz-vos quem sabe e que já esteve dos dois lados da questão.


Ainda não estou na fase em que isto me é totalmente natural mas hei de chegar lá. :P