Viver numa Ilha #1
Vila Franca do Campo - São Miguel - Açores
O melhor de viver nos Açores é ir até ali, virar uma esquina, e ver isto.
É que acontece a toda a hora.
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Vila Franca do Campo - São Miguel - Açores
O melhor de viver nos Açores é ir até ali, virar uma esquina, e ver isto.
É que acontece a toda a hora.
O domingo de manhã é sempre uma boa ocasião para trazer "à baila mental" coisas menos agradáveis da nossa vidinha simples.
Ora vejamos:
-É domingo, o que já de si é uma coisa menos boa, porque quer dizer que amanhã já é segunda;
- Nesta manhã de domingo em particular, estou a lavar a loiça, de cabelo oleoso e roupa pingada de água e detergente, unhas com verniz lascado e ramelas secas nos olhos;
- Durante o fim de semana ele tem que trabalhar mais do que o costume. Na verdade, eu também.
- Tenho universos de livros para ler, filmes para ver, coisas que gostava de escrever... O tempo é pouco, o que é uma chatice.
- Desde que exagerei em determinadas posições de yoga que tenho uma dor, ridícula mas incomodativa, na zona onde julgo estar a parte superior do meu pulmão direito. Acreditem ou não, acho que o torci. É ridículo demais não é? É. Eu sei. Devo dizer que o yoga é bom, tem é que ser bem executado o que, claramente, não foi o caso. O professor Renan, que sigo avidamente no Youtube, não tem culpa nenhuma da minha nabice. Ele nunca disse que devíamos torcer-nos para a direita como se quiséssemos desatarraxar o corpo.
O que queria mesmo dizer é que estava envolvida nestes pensamentos inteligentes, enquanto lavava a loiça, e a minha filha brincava no chão da cozinha com um dos seus brinquedos favoritos - cesto com molas de estender (marca loja do chinês) - quando sinto a sua mãozita a puxar-me as calças.
Então, quando olho para ela, ali a brincar e a puxar-me as calças, e parece que me fui atingida por uma enorme injeção de felicidade pura. O resultado foi sentir-me imediatamente como se fosse uma jovem milionária a passear pelas ruas mais bonitas de Paris, numa tarde de verão.Minto descaradamente. Não será bem assim.
Se fosse 10 anos mais jovem, milionária, e estivesse naquele momento a levar com o sol na fronha, pelas ruas de Paris, tenho a certeza que não sentiria um décimo do que senti esta manhã, entre uma pilha de loiça suja e um alguidar de roupa de molho, com o cabelo oleoso e ramelas nos olhos.Para os interessados naquilo que estou a usar, podem obter mais informações aqui.
A alimentação é um assunto que me é muito "chegado". Já tinha grandes preocupações com este tema antes de engravidar mas, depois de ter tido diabetes gestacional e ter ficado com intolerância à glicose, ainda me cheguei mais a ele.
Não diria que me tira o sono mas é um assunto que levo muito "a sério".
Com isto quero dizer que tenho a mania da alimentação saudável e um preconceito fortíssimo em relação ao açúcar e hidratos de carbono.
Entre pesquisas, conversas com a pediatra da Lara e outra mães, e a minha própria opinião, criei algumas diretrizes que, até agora, nos têm servido bem. Implica algum tempo para confeccionar os alimentos e alguma rigidez em relação a doces mas, fora isso, é muito semelhante aos que eu e o Milton comemos.
Alguns apontamentos
Não lhe dou mais do que duas ou três bolachas-maria por dia e, se possível, não dou nenhuma. Não lhe dou mais nenhum doce regularmente. Já terá provado um ou outro bolo, mas apenas umas duas vezes e em quantidade mínimas. Também não lhe dou papas sem ser as de aveia, que faço com leite meio gordo e uma colher de chá de açúcar amarelo (para 4 doses).
Ela não bebe muita água. Na verdade não bebe quase nenhuma o que me preocupa um pouco. Vou-lhe dando às colheradas porque não bebe de copo nem biberão mas, muitas vezes, ela só fica a brincar com a água. Talvez no verão ela comece a beber mais, vamos ver.
A alimentação diária da Lara é mais ou menos isto:
Pequeno-almoço - 8h00
Papas de aveia
Almoço - 12h00
Sopa de legumes
Carne/ peixe ou um ovo com um acompanhamento variado: batata-doce/ espaguete/ arroz/ repolho/ feijão verde/ bróculos
Puré de fruta ou uma banana
Primeiro lanche - 14h00
Leite materno
Lanche - 16h00
Um iogurte natural feito em casa ao qual junto, às vezes, um pouco de puré de fruta ou 2 bolachas
Jantar - 19h00
sopa de legumespuré de fruta
Ceia - 21h00
Leite materno
Um dia eu e ele achámos por bem sair do apartamento que alugávamos no centro da cidade e tentar uma vida no campo. Encontrámos uma casinha com vista para o mar, situada numa pequena quinta. O aluguer era barato, a casa era rústica mas aparentemente agradável, e ficava a 30 minutos de carro de Ponta Delgada.
Correu tudo muito bem até chegarmos lá. A casa estava toda suja. Não sujidade entranhada de mau uso, sujidade mesmo de anos sem uso, teias de aranha por todo o lado e quilos de pó. Não sei muito bem como conseguimos dormir mas, depois de falarmos com a senhora que geria o sítio, foi lá uma outra senhora limpar a casa. Bem... A coisa começou a parecer-nos estranha logo na altura... A senhora limpou tudo mal e a correr alegando que tinha que ir cozinhar para os patrões, donos das casas da quinta.
Outras coisas ocorreram nos dois meses que lá passámos.
- Visitas inesperadas e estrambólicas da senhoria, que já com uma certa idade, tentou convencer-nos a pagar mais do que o que estava contratado, alegando que o nome de família do meu namorado indiciava pessoal de carteira recheada. Really?!
- Curtos circuitos na cozinha, com direito a faíscas, enquanto "descontraíamos" na sala.
- Pedras a rolar a noite toda, numa ribeira ao lado da parede do quarto sempre que chovia.
- Ruídos de passinhos no teto do quarto que, em momentos de maior insanidade cheguei a considerar pertencerem a fantasmas ou algo parecido mas, após ponderar um pouco, concluí que só podiam ser causados por simpáticos animaizinhos como ratos ou pombos.
- Uma planta de uns 70 cm a crescer no teto da sala, sem que tivéssemos reparado antes (crescia muito rápido, ou estávamos os dois com problemas de visão)
- A maior humidade que já sofri na vida que me fez deitar fora quadros que adorava, roupa e outros objetos que de tanto bolor que ganharam ficaram completamente inutilizáveis.
- Ele a dormir, de luvas, cachecol e gorro, por baixo de um edredão de aquecimento super potente, tal era o frio que se fazia sentir ali.
Ao fim de dois meses desistimos e pedimos a anulação do contrato por justa causa.
Mas foi, muito, muito divertido. Apesar de terrmos passado um mau e gelado bocado ali, guardo muito boas recordações daqueles meses.
A arvore de Natal que naquele espaço rústico tinha um ar ainda mais aconchegante e especial.
O nosso gato, que fomos buscar naquela altura e se tornou meigo e mansinho aos poucos. Começou por nos observar a medo nas escadas e acabou aninhado em nós no sofá florido da casa.
A vista lindíssima para o mar que tinhamos numa pequena varanda ao lado da sala. Aquela era a minha zona preferida da casa e o que me convenceu a ir para lá.
Os passeios que fizémos a pé nos arredores, explorando terrenos rurais e piscinas naturais que não sabia que existiam.
O pão maravilhoso que se vendia numa padaria ali perto e consta ser o melhor da ilha.
As tardes a jogar badminton no meio da sala de teto altíssimo ou lá fora, no imenso espaço da quinta.
O caminho de carro de 30 minutos, duas vezes por dia, em que a paisagem campestre e bonita me fazia ter a sensação de estar de férias num sitio desconhecido.
Os fins de semana que passávamos sempre fora da cidade, em que iamos ao supermercado local comprar mercearias e muito vinho tinto, para aguentar o frio. :)
Foi, de facto, uma esperiência caricata. Agradável. Vá, a não repetir.
Enquanto investiga o desaparecimento de dois colegas, o agente secreto Ethan Burke sofre um acidente e vai parar a uma cidade misteriosa e sombria, cercada por uma cerca elétrica e de onde ninguém pode entrar ou sair. Os habitantes da cidade são pessoas um pouco "inquietantes".
Uma boa surpresa. Dizem que é inspirada no Twin Peaks mas não vejo que assim seja. A série é boa mas o Twin Peaks é outra intensidade.
Dizem que é a série é vista pelo Obama.
Trata-se de um drama político que conta a história de Francis Underwood, um ambicioso político que faz tudo para chegar ao poder.
Neste momento, é a minha série preferida. O argumento e as interpretações são de uma qualidade excecional.
Faz as delícias do fãs da série Breaking Bad (acuso-me). Deriva do BB e conta a história do carismático advogado Saul Goodman, antes de se tornar o advogado de Walter White.
Está claro que adoro a série. É, no melhor igual à BB, mesma fórmula de argumento e de produção. Guiões fantásticos. Não sei se a fórmula vai resultar uma terceira vez mas, até agora, está a resultar muito bem numa segunda vez.
É a história de Gotham, durante a infância e juventude daquele que se viria a tornar o Batman.
Gosto muito do ambiente de banda desenhada sombria e tenho um fraquinho por meia dúzia de personagens.
É a descrição do ambiente profissional e humano dos profissionais das agências de publicidade nos anos 60, conhecidos por Mad Men. A série acompanha, ao mesmo tempo, todas as grandes mudanças sociais vividas na época nos Estados Unidos.
Extremamente bem produzida e interpretada. De interesse histórico.
Baseada num livro com o mesmo nome, conta a história real de Piper, uma jovem de Nova Iorque, condenada a 15 meses numa prisão feminina federal, por transportar uma mala de dinheiro proveniente de tráfico de drogas.
É engraçada e, de certa forma, surpreendente. Porém, nada de extraordinário.
A série retrata a relação entre um agente do FBI hiper sensível, que consegue reconstruir na sua mente a forma de pensar e atual de um serial killer e o assassino canibal Hannibal Lecter.
Adoro o ator Mads Mikkelsen que, nesta série, está extraordinário.
É a única série verdadeiramente cómica que vejo. Aquilo é tão real, tão verdadeiro e tão familiar que se torna delicioso.
É uma espécie de antítese da série Sex and the City. Conta a história, muito pouco glamourosa, de quatro jovens de Nova Iorque. As suas vidas reais, cheias de humilhações e fracassos emocionais, são tão parecidas com aquilo que foi a juventude de muitos de nós que é impossível não a acharmos suculenta.
Baseada numa série de livros escrita por George R. R. Martin - A Song of Ice and Fire - é uma história cheia de personagens, onde várias famílias nobres lutam pelo Trono de Ferro, e pelo controlo dos Sete Reinos de Westeros, numa epopeia que dura vários anos.
Uma vez apanhado o fio à meada (das personagens), é uma história de fantasia muito engraçada e credível (embora bastante violenta) repleta de personagens carismáticos e complexos.
O pai de três filhos já adultos, com 70 anos, anuncia que quer mudar de sexo e transformar-se numa mulher.
A reação dos filhos a esta inesperada notícia, em paralelo com as histórias das suas próprias vidas e emoções conturbadas, transforma esta série numa notável maravilha televisiva. A forma como a história é conduzida e interpretada é de uma sensibilidade poética. É das minhas séries preferidas do momento.Agora pensam vocês: "Estás cheia de tempinho livre hã?!"
É. Mais ou menos. Reservo todos os dias 40 minutos da minha noite para ver um episódio.
É por isso que as séries são boas, não precisamos de despender tanto tempo como para ver filmes. Esses ficam para o fim de semana.
Furaram-me as orelhas quando era bebé.Na adolescência fiz mais 2 furos com pistola, numa ourivesaria, que me doeram imenso e me deixaram as orelhas a arder durante longas horas. Alguns meses depois, furei eu própria as orelhas com uma agulha de costura, umas 8 vezes. Naquela altura "usava-se" uma fileira de argolas de prata pela orelha acima. Nos primeiros furos, "anestesiei" a zona com um cubo de gelo, nos últimos nem por isso. Acreditem ou não, doeu muito menos que com a pistola na ourivesaria.
Hoje, não uso brincos. Não gosto, acho que não me ficam bem e vivia bem sem as pequenas cicatrizes que tenho nas orelhas. São pequenas, mal se notam, mas preferia não as ter.I
sto para dizer que, as pessoas têm o seu próprio tempo para decidir o que querem fazer com o corpo. Não é justo que lhes impinjam (ainda por cima dolorosamente) dois furos no corpo, que ficam para sempre, sem que tenham uma palavra a dizer.
Faz-me muita impressão quando dizem que não dói e que as crianças apenas se assustam com o barulho. Dizer isso é simplesmente parvo. Perguntem a um profissional de saúde, pesquisem, raciocinem e, mesmo assim, podem decidir fazer furos nas orelhas dos bebés mas argumentar que, com poucos meses ou dias de vida, não dói é completamente infundamentado.
Claro que é uma questão cultural e os pais não são uns sádicos horríveis por furarem as orelhas dos bebés mas, tal como bater aos filhos como forma de educação é um ato cultural que tende a desaparecer pela sua absurdidade e inutilidade, furar as orelhas também deve ser desencorajado, senão mesmo proibido.Se há assuntos mais graves e pertinentes que devem ser discutidos?
Há, com certeza que há. Mas, como em tudo, as melhorias têm que começar por algum lado.
Por isso sim, acho esta discussão pertinente e espero que resulte numa proibição de furar as orelhas das crianças até elas atingirem uma idade em que poderão decidir fazê-lo, tendo consciência do que implica.
Atenção que não considero, de forma nenhuma, as mães que furam as orelhas dos seus filhos piores mães do que as que optam por não o fazer. Simplesmente não concordo com este ato em que a vaidade se sobrepõe ao bem-estar do filho.
Nota: Este assunto surgiu a propósito de uma petição no Reino Unido para impedir os pais de furarem as orelhas de bebés e crianças pequenas. Podem ver mais informação sobre este assunto aqui.
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