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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 29.02.16

Da biblioteca #2

O que trouxémos da Biblioteca esta semana

 

Mais um livro da coleção "Boa Noite".Costumamos ler, desta coleção, a história "Os Três Porquinhos" à Lara antes de dormir e ela gosta muito. Pede sempre para ler esse livro antes de dormir por isso requisitámo-lo outra vez.

 

Tem textos em rima, simples, engraçados e repetitivos o que acreditamos que a ajuda a ganhar vocabulário.

 

Decidimos trazer também uma história diferente: "João e o Pé de Feijão" para ver se faz o mesmo sucesso de "Os Três Porquinhos".

 

b2

 

Este, é um conjunto de quatro livros pequenos sobre as emoções.

Ainda não falamos muito com a Lara sobre sentimentos (para além da alegria, da tristeza e do aborrecimento) e achamos que estes livrinhos podem ajudar-nos a começar a abordar as emoções de uma forma divertida.

 

 

b2.2

 

Estou com vontade de lhe ensinar os números e tento trazer sempre um livro didático.

Trouxe estes dois: um onde se contam animais verdadeiros e outro com janelinhas (ela adora livros com janelinhas).

 

 

b2.3

 

Para mim, que também sou gente, trouxe um romance histórico da Isabel Stilwell. Já li quase todos os livros dela e faltava-me este.

 

b2.1

Sab | 27.02.16

Socorro! A minha família não dorme há duas semanas!

birras

 

Ok. Não é que não durma nada nada. Dormimos uma hora seguida de vez em quando e, nos melhores dias, umas três horas seguidas.

 

O que se passa é que a minha filha esteve doente, o que origina noites em que acorda 10 vezes e em que ficamos com ela, a embalá-la, a dormir com ela e a fazer 30 por uma linha para ela se acalmar.

 

Resultado disso: vícios quase irreparáveis. Mesmo quando já não está doente, acorda várias vezes durante a noite, à espera dos mimos e da atenção que lhe damos quando está doente.

 

O cenário é mais ou menos o seguinte: ela acorda a chorar, um de nós vai ter com ela, tenta acalmá-la, embala-a, abraça-a, às vezes dá-lhe leite, bolachas, volta a embalá-la, reza para ela dormir, e acaba por deitar-se ao lado dela até ela adormecer, o que não acontece sem muita contestação e tentativa de se levantar.

 

Temos a certeza que ela não tem dores e que está mesmo só a fazer birra para não dormir. Se lhe desviamos a atenção, de repente, para qualquer coisa o berreiro pára tão rapidamente como começa. Quando a tentamos deitar novamente manda-se para trás, esperneia e grita a plenos pulmões como se quisesse mandar a casa abaixo.Estamos nisto há duas semanas: a acordar às 2h00, 3h00, 4h00, 5h00, 6h00…

 

Hoje tentei uma técnica diferente. Deixá-la chorar mas não a deixar sair da cama, não a embalar e não me deitar ao lado dela.Lamento muito pelos ouvidos dos vizinhos mas é pelo melhor de todos, da Lara, dos pais e também dos vizinhos que, a médio prazo poderão ter noites mais descansadas.

 

O procedimento é o seguinte: a Lara acorda, vou até ao quarto e falo com ela, faço-lhe festinhas e tento que volte a deitar-se. Ela grita e esperneia e eu não a deixo sair da cama. Digo-lhe que se está aborrecida pode exprimir-se, pode chorar, no entanto vai ter que dormir na mesma, porque ainda é de noite e ela precisa de descansar, assim como os pais, cada um na sua cama.

 

Ela continua a chorar até parar. Volto a deitá-la. Eventualmente tira o edredão de cima de si, senta-se na cama e recomeça a chorar. Digo-lhe a mesma conversa. As vezes que for preciso.

 

Da última vez ela deitou-se, agarrou no coelhinho e até puxou o edredão para cima de si. Eu fiquei sentada ao lado da cama (não na cama) até sentir a sua respiração regular e poder sair do quarto.Creio que estou a chegar a um método mais ou menos acertado. O tempo o dirá.

 

Neste momento considero importante criar condições para que a minha filha perceba que as birras não a levam a lado nenhum e que é importante adormecer sozinha, sem a embalarmos e sem estarmos na cama com ela. Ela já tem quase dois anos e dentro de alguns meses teremos mais um bebé em casa. Temos mesmo que trabalhar na independência dela quanto antes.

 

A Lara acabou por acordar uma ou duas horas depois e o pai foi lá e deitou-se ao lado dela (não tive tempo de lhe explicar a minha nova técnica).

 

Hoje teremos uma conversa e vamos (espero eu) alinhar o nosso comportamento quando ela acordar a meio da noite.

 

Vou-vos mantendo ao corrente das evoluções mas estou confiante.

Qui | 25.02.16

Bolo de banana

bolo-de-banana


Como já devem ter reparado, a maior parte das receitas de bolos saudáveis que tenho por aqui, levam banana. E canela e aveia.

Este não é exceção mas, como também não é exatamente igual a nenhum dos outros, fica a receita na mesma.

Fiz o bolinho com a Lara. 

Às vezes a Lara leva este bolinho para o lanche da creche, com queijo flamengo e um iogurte natural.

Espero que gostem.

Bom apetite!

Bolo de banana

  • 2 chávenas de bananas maduras, cortadas em rodelas
  • 3 ovos inteiros
  • 1/2 chávena de óleo
  • 1 chávena de farinha de trigo integral
  • 2 chávenas de flocos de aveia 
  • 1 colher de sopa de fermento em pó
  • 1 colher de sopa de canela
 

Colocar no liquidificador ou na bymbi (1 minuto, velocidade 7) a banana, os ovos e o óleo.

Colocar o creme resultante numa tigela e, aos poucos, juntar os outros ingredientes.

Misturar muito bem.

Colocar numa forma de silicone (não é preciso untar) e levar ao forno pré aquecido durante cerca de 30 minutos

Qui | 25.02.16

Mala de maternidade para bebé que nasce no verão

mala_de_maternidade07

 

 

Esta lista é o resultado da minha experiência e de muitas pesquisas sobre o que levar na mala do bebé para o hospital. Depois de ter a minha filha Lara, verifiquei que muitas das coisas que tinha levado não foram úteis, outras foram essenciais e outras teriam sido necessárias e nem me ocorreram.

 

Agora, com muito mais conhecimento de causa, elaborei uma lista com tudo o que julgo ser indispensável levar para o bebé nos primeiros dias no hospital, assim como algumas dicas que me foram muito úteis.

 

Esta lista é para o verão mas é facilmente adaptável para outra época do ano, substituindo os bodies e roupinhas por outros de tecido mais quente.

 

Roupinhas para o bebé:

  • 1 gorro;

  • 1 luvas de recém nascido de algodão;

  • 1 fatinho para o primeiro dia. os fofos e os cueiros são excelentes opções.

  • 2 pares de meias ou botinhas;

  • 5 babygrows ou conjuntos de 2 peças;

  • 3 bodies de manga comprida;

  • 4 bodies de manga curta;

  • 1 casaquinho de verão;

  • 1 chucha;

  • 1 prendedor de chucha;

  • 2 mantas leves;

  • Manta e lençol para o ovinho;

  • 3 fraldas de pano;

  • 25 fraldas de recém-nascido;

  • 2 toalhas de banho;

  • 2 paninhos de boca;

  • 3 babetes pequenos;

  • 1 manta e lençol para o ovo;

  • 1 ovo (para a saída);

  • 1 saco para a roupa suja;

  • 1 nécessaire para os produtos de higiene;

  • escova de cabelo macia;

  • tesoura de bebé;

  • toalhitas;

  • creme para assaduras;

  • compressas esterilizadas;

  • soro fisiológico;


Conselhos úteis:

Há quem use apenas uma mala para a mãe e para o bebé mas, pessoalmente, organizo-me melhor separando a minha mala da mala do bebé. Fica tudo mais direitinho e arrumadinho.


- A mala de maternidade deve ser preparada com alguma antecedência. O melhor será deixar as roupinhas limpas e arrumadas no mesmo local logo a partir dos 7 meses de gravidez. Assim, quando for para arrumar (ou se for necessário preparar tudo mais cedo é mais rápido). Preparei a minha com um mês de antecedência.

-É muito útil ter uma malinha pequena só com a roupinha do primeiro dia, que vai connosco para a sala de parto.

- Para os outros dias usei sacos de plástico transparentes com fecho para separar os vários conjuntinhos por dias.Cada saquinho terá um body, um babygrow ou um conjuntinho de calça e camisola e umas meias.

- Eu preparei roupinha para 3 dias e uma roupinha extra para cada dia, num total de 6 conjuntinhos.

 

Em casa também deixei mais 2 conjuntinhos prontos, já em saquinhos, para o caso de ser necessário levar mais.

Ter | 23.02.16

Mini série Olive Kitteridge

olive-kitteridge

 

Numa altura em que julgo que estou sem nada de jeito para ver, a caminho de desistir de séries como "Os ficheiros secretos" e "Gotham", e cansada de esperar pelas maravilhosas "House of Cards" e "Mr. Robot", eis que o homem da casa aparece com "Olive Kitteridge".

 

É uma mini série de quatro episódios do canal HBO, produzida por  Gary Goetzman e Tom Hanks,  sobre a vida de uma mulher amarga e seca, numa cidade pacata.

 

Frances McDormand interpreta brilhantemente a difícil Olive, uma mulher tão carismática quanto antipática, possuidora de um sentido de humor sarcástico e cortante e uma franqueza de fazer gelar os ossos.

 

O tema da série é, sem duvida, um dos meus preferidos de sempre: as relações humanas levadas ao limite.

 

Ela retrata na perfeição o ambiente tacanho e doentio de uma cidade pequena, onde a maioria dos habitantes é dotado de um animo que oscila entre a depressão e a psicose, e as pessoas hipotecam a sua felicidade em nome das convenções sociais e do "bem parecer" apesar de nada parecer bem, ninguém estar feliz e as pessoas parecerem não conseguir fugir de um ciclo interminável de erros e frustrações.

 

Posso dizer que a série é dramática, sombria, inquietante e deliciosa.Sem dúvida das melhores que vi nos últimos anos.

 

Podem ver o trailer aqui

Sab | 20.02.16

Uma tarde de caca ou como sobreviver à gastroenterite da filha

fraldas

 

Na quinta-feira ele saiu mais cedo e conseguimos ir os dois buscar a Lara à creche.

 

Ela parecia bem disposta, como sempre, e lá fomos para casa com ela a tagarelar lá atrás no carro.De repente, um cheiro a laranja azeda ou melhor, a arroto de laranja azeda. Olhei para ele, ele olhou para mim, e concluímos que tinha sido a Lara.Chegámos a casa e tudo decorreu normalmente ou assim nos pareceu.

 

Dei banho à Lara (ela reclamou um bocadinho) e sequei-lhe o cabelo (ela reclamou muito, guinchando e tentando fugir, mas como já é mais ou menos normal não liguei).Brincámos e depois o pai ficou com ela a brincar no quarto.

 

Já perto da hora de jantar o Milton chama-me porque ela estava a vomitar. Foi a segunda vez que ela vomitou. Mantivemos a calma e ajudámo-la como pudemos a vomitar mais, ali mesmo, na carpete peluda e branquinha do quarto. Um grande lago azedo de laranja com sementes de papoila depois, mudamos-lhe a roupa e limpámo-la com toalhitas. Ela reagiu tão bem quanto possível, dadas as condições. Não chorou e confiou em nós para a ajudarmos. Quando fica doentinha ou aflita fica mais sossegada e fica muito mais meiguinha connosco. Parece que fica feliz por estarmos ali a tratar dela (isto sou eu a fantasiar).

 

Não a forçámos a comer e demos-lhe água e chá de funcho.

 

À noite estava tão animada e mexida como sempre e ao fim de mais de meia hora de brincadeira na cama adormeceu.Acordou várias vezes a meio da noite e, de madrugada, bebeu muita água e quis comer bolachas. Comeu quatro bolachas maria com uma rapidez incrível e voltou a dormir. A barriga ainda estava a fazer barulhos de escoamento de líquidos mas não se passou mais nada.

 

De manhã o Milton achou que estava abatida e ficou em casa com a avó.Tudo muito bem. Não vomitou e fez dois cocós duros e um dois mais molinhos até eu chegar a casa, pelas 17h30.Começou aqui a festa da caca.

 

Em 15 minutos fez um cocó líquido (vulgarmente conhecido por diarreia) que mudei prontamente. Sujou só um bocadinho o body mas mudei-lhe a roupa toda.

 

10 minutos depois, oiço umas três descargas líquidas bastante fortes e pensei que, caso fosse continuar dentro de minutos, mais valia aguardar por mais antes de mudar a fralda. Passados 5 minutos mudei de ideias e peguei na Lara para lhe mudar a fralda. Estava praticamente sentada numa poça de cocó, com a roupa toda suja.Foi diretamente para a banheira.10 minutos depois do banhinho tomado, nova cagada.

 

Roupa toda mudada. Alguns minutos depois a mesma coisa.

 

Quando o pai chega estamos as duas a precisar de mudar de roupa outra vez. Peço-lhe para ir ao supermercado comprar fraldas mais pequenas porque aquelas deviam ser grandes demais para deixar passar o cocó tão facilmente.

 

Entretanto faço uma papa de cebola, arroz e cenoura para ajudar a prender um pouco aquela diarreia. Como sou uma pessoa muito otimista fiz logo 6 doses.

 

O pai chega e experimentamos as fantásticas fraldas novas.Tentamos impingir-lhe o puré de arroz e cenoura mas ela cospe e recusa-se a comer aquilo. Olho desconsolada para as outras 5 doses arrumadas em marmitas de vidro. O meu namorado, simpaticamente, oferece-se para as ir comendo. "Aproveito para expelir uns tijolos para as obras cá em casa." brinda-me ele com o seu humor sempre muito charmoso.

 

As fraldas revelam-se tão boas como as que tinhamos. Nova cagada e nova muda de roupa.

 

Desta vez esprememos um bocado os neurónios e resolvemos usar duas fraldas.

 

A Lara come um bocadinho de pão torrado e vamos deitá-la. Como está cansadinha e não dormiu a sesta adormece rapidamente.Agora é orar para haver não festa de noite.

 

 

Pontos positivos a reter:

 

-Ainda bem que tinhamos o roupeiro da Lara cheio de roupa lavada e cheirosa. Pudémos garantir 7 mudas de roupa num dia de inverno.

 

- Fiquei feliz por não ter ficado aflita quando vi a Lara a vomitar. Conseguimos transmitir-lhe calma e segurança e isso refletiu-se na sua própria reação calma, apesar de tudo.

 

 

Pontos a melhorar bastante:

 

- Lembrar-me de não fazer mais de duas doses de papa caseira duvidosa. É melhor ver primeiro se a rapariga vai comer aquilo para não correr o risco de estragar comida. Felizmente o pai parece não se importar de ver o seu cocó transformado em tijolos nos próximos dias

 

.- Tentar ter um pensamento mais rápido e optar logo por usar duas fraldas antes de gastar 10 fraldas numa hora como aconteceu hoje.

 

Ps: Na manhã seguinte, o truque das duas fraldas revelou-se um sucesso. Aguentou-se perfeitamente sem fugas de cocó e, consequentemente, sem roupa suja e sem chatices. 

Sex | 19.02.16

Alimentação para grávidas - 2º trimestre

alimentação gravidez

 

Quando estive grávida da Lara, tive diabetes gestacional e, para além dos cuidados normais que devia ter por estar grávida (como não comer peixe ou carne mal passados e legumes crus) tinha que ter atenção aos níveis de açúcar dos alimentos.Entretanto consultei vários profissionais de saúde, na área da endocrinologia e nutrição,  e pesquisei bastante sobre o tema chegando a um plano alimentar que me convinha.

 

Este plano alimentar é bom para mim (que tenho pre diabetes) e para qualquer pessoa saudável por isso vou partilhar. Claro que alguém que sofra de algum tipo de distúrbio alimentar ou intolerância a algum alimento não o deve seguir.

 

Partilho-o porque quando pesquisei bastante sobre isso na Internet e ajudou-me muito encontrar menus e planos alimentares saudáveis com várias opções e esquematizados. Espero que este possa ser útil também.

 

Pequeno - almoço 8h30

 

Deve considerar-se apenas uma das seguintes opções de cada grupo:

Pão integral ou de mistura (50g)

8 bolachas de água e sal pequenas

6 bolachas maria/Torrada

4 bolachas tipo Cream Cracker

4 tostas médias

2 fatias de pão de forma

6 colheres de sopa de cereais sem açúcar (Corn Flakes)

4 colheres de sopa rasas de aveia

5 bolachas de arroz ou milho+

1colher de chá de creme vegetal

1 colher de sobremesa de queijo de barral light

1 fatia de queijo flamengo+1/2 chávena de leite meio gordo

1 iogurte magro+200g de melão, melancia ou morangos

100g de maçã, pêra, laranja, tangerina, ameixa, pêssego ou ananás

50 g de banana ou uvas 

 

Lanche da manhã (10h30)

6-8 amêndoas/avelãs

3 nozes1

0 amendoins sem sal+1 peça de fruta de tamanho médio

 

Almoço (12h30)

 

1 prato de sopa de legumes+120g de carne sem gordura ou peixe

2 ovos médios

1 lata de atum bem escorrido ao natural (1 vez por semana)+8 colheres de sopa rasas de feijão, grão, favas, ervilhas ou lentilhas

6 colheres de sopa rasas de arroz, massa, quinou ou couscous

2 batatas do tamanho de um ovo (80g)+legumes e hortaliças a gosto com 5g de azeite+1 peça de fruta de tamanho médio

 

1º lanche da tarde (15h30)

 

1 iogurte magro+6 bolachas maria/Torrada

4 bolachas tipo Cream Cracker

 

2º lanche da tarde (17h30)

 

uma das opções de pequeno almoço (sem fruta)

 

Jantar (21h00)

 

Sopa+50 g de pão integral ou de mistura+ 1 peça de fruta de tamanho médio

Qui | 18.02.16

Caril de atum e batata doce

 

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Nas minhas aventuras culinárias é raro eu não alterar uma receita.

Não que eu queira ser criativa ou tenha ideias fantásticas para melhorar as receitas, nada disso. O que acontece é que, normalmente, não tenho os ingredientes todos e rapidamente resolvo substitui-los por outros que tenha em casa. Às vezes resulta, noutras o resultado é uma grande nheca que vai para o lixo e, nas vezes em que resulta maravilhosamente bem, tiro uma fotos e publico aqui no blogue. 

Desta vez quis fazer algo diferente e consegui seguir uma receita ao pé da letra. Fiz tudo direitinho tal como estava indicado na receita.

E não é que resultou?! E muito bem.

Bom… o Milton passa a vida a questionar-se porque é que eu não vou sempre comprar exatamente os ingredientes que preciso e faço as receita como deve de ser. Ora e que piada é que isso teria? Gosto de viver de uma forma aventureira, o que é que querem? 

Desta vez achei que era aventura suficiente tentar fazer um caril de atum e lá segui tudo direitinho. E ficou muito bom!

Eu gostei muito e o Milton adorou! Não me lembro de quando foi a última vez que ele elogiou tanto um almoço que eu tenha feito sozinha (porque se não forem doces, é raro cozinhar sozinha, preciso sempre de uma certa assistência).

Podem encontrar a receita que segui aqui.

Qui | 18.02.16

O que uma pessoa ouve no autocarro

autocarro

 

 Hoje precisei de ir a uma consulta de medicina do trabalho e apanhei um autocarro para lá.

 

Como vivo perto de basicamente todos os locais onde preciso de estar todos os dias, já não andava de autocarro há mil anos. Consequentemente já não me lembrava de como podemos ouvir coisas caricatas.

 

Logo que ponho os pés no autocarro os meus ouvidos começam a ser torturados  com os sucessos musicais da radio renascença.

 

Entretanto testemunho atitudes muito bonitas como pessoas a levantarem-se para ceder o lugar a passageiros com crianças ao colo.  Fico sempre feliz quando vejo as coisas a funcionarem como é suposto.

 

Continuo na mida vidinha, de estação em estação, à espera de vislumbrar pela janela o consultório médico, quando entra um homem pelos 40 anos a cantar qualquer coisa em francês.

 

O homem fica em pé, mesmo atrás de mim.

 

Algo na forma de andar do senhor e na sua expressão facial dava-me indicações de que algo não estava muito bem com ele. Estava alegre e tal mas não parecia no total domínio das suas emoções.

 

Entretanto ouve-se uma senhora  a falar ao telefone. Ela não estava a falar demasiado alto mas, na zona em que estávamos, ouvia-se tudo muito bem.

 

Parecia estar a queixar-se de ter perdido uma consulta médica.

 

Dizia ela com um ar muito apoquentado: "E agora?! Como vai ser agora? A que médico é que eu vou agora?"

 

Diz o homem atrás de mim: "Vais ao veterinário."E foi isto.

Ter | 16.02.16

Um texto do meu primo Daniel

Carla e Daniel

 

 O texto que publico hoje não é meu. É dum primo que nasceu quando eu tinha 15 anos.

 

Lembro-me de andar com ele ao colo, de brincar com ele quando ele era pequeno e de andarmos todos juntos (hoje somos mais de 15, filhos de primos incluídos) a explorar o terreno florestado atrás da casa dos nossos avós em Ansião.

 

Entretanto vim viver para os Açores e encontramos-nos todos com menos regularidade do que gostaria. A última vez que juntámos grande parte da família foi no primeiro aniversário da minha filha Lara, em março do ano passado.

 

Há uns dias, o Daniel enviou-me o texto que segue abaixo.

 

Decidi publica-lo aqui porque escrevia textos de conteúdo semelhante quando tinha a idade dele. Ainda escrevo.

 

Também o publico porque gosto das ideias que contém, da auto-reflexão e da capacidade de englobar nas suas preocupações os sentimentos dos outros. É algo que não se encontra muito hoje em dia.Segue o texto:

 

 

"Hoje deixo aqui um pouco de mim! Sempre vivi bem, sempre tive o que queria, sempre achei que as outras pessoas seriam assim também. No entanto muitas pessoas sentem falta de muitas coisas, coisas essas que as deixam carentes, com medos e fobias. Hoje percebo que era extremamente egoísta, que não percebia como seria difícil sentir tudo isso.

Hoje, que passei por algo muito parecido com isso, que muitas pessoas já teriam passado, aí percebo o quanto estava errado e o quanto errei e o quanto os meus erros prejudicaram as outras pessoas que passavam por isso. O quanto essas pessoas precisaram de mim e eu não liguei nem um pouquinho, o quanto eu fui egoísta! Como tudo isto pode ser possível? Ou até mesmo verdade? Não me vejo assim!

Creio que tudo isto faz parte do ensinamento da vida e que preenche várias páginas de um livro vazio, sem palavras, sem sentimentos, sem nada, só eu e essas páginas, que me deixam num pensamento profundo e me agonia!

Hoje é o dia de pegar nesse livro e o preencher com palavras, sentimentos e tudo mais que possa imaginar. É o dia de recomeçar tendo em mente que o livro jamais se pode tornar num vazio, jamais se pode tonar naquilo que foi. Creio que todos nós passamos por isto, uns de uma forma, outros de outra. Mas a vida é muito mais do que um livro vazio, há muito mais para viver, do que nos fecharmos nesse livro.

Quero também deixar aqui o meu pedido de desculpas a todas essas pessoas que magoei, pela minha falta de carácter.

A vida continua mas não convém deixar estas coisas atormentarem as nossas vidas é por isso que decidi deixar aqui o meu pedido de desculpas. Para que possa recomeçar bem, quero também agradecer a todos os que me ajudaram e me fizeram ver que não estava a ser eu, que me fizeram ver que eu não sou uma pessoa sem carácter, que sou muito mais do que um livro vazio, mas sim um livro cheio de sentimentos e palavras que por vezes me deixa sem jeito e me completa, sendo feliz como sou actualmente. Um Obrigado! Hoje é o dia!" 

 

Daniel Dias Feire

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