Só precisam de palitos (convém ser para crianças maiores, a partir de 3 anos) e uvas daquelas pequenas sem graínha.
Os miúdos acham imensa piada.
No último churrasco que fizemos, a Lara não fez caso nenhum de bolos e agarrou-se a estas espetadas como se fossem chocolates. Não sobrou uma para contar a história. :)
A Maria está uma menina do papá. :) Mal deixa de o ver começa logo a choramingar e a perguntar por ele. Quando acorda de manhã, ou depois da sesta, é quase sempre o pai que ela chama.
A Lara é mais menina da mamã.
E é muito giro que seja assim.
Acho o máximo ver aqueles dois tão parecidos - a Maria é praticamente uma miniatura do Milton, versão menina - e tão próximos um do outro.
É o Milton que deita e levanta a Maria, é ele que lhe dá banho, muda a fralda e veste para ir para a escola. Também é ele que leva e vai buscar à escola. É ele que dá quase todo o colo nos últimos meses em que eu não tenho podido levantar qualquer peso por questões relacionadas com a gravidez que, felizmente, já estão completamente controladas.
Claro que, na idade dela, isso tem muito impacto. Acho que a personalidade dos dois, tão parecida, também ajuda a uma aproximação maior. A Maria é mais séria, mais focada e menos dada a beijos e abraços. E eu gosto de andar atrás dela a tentar abraçá-la e dar-lhe muitos beijos enquanto ela grita e tenta livrar-se de mim com as mãozinhas gordas. :D
Eu leio-lhe histórias, brinco com ela, dou-lhe a comida e canto para ela e ela gosta muito. Mas, do que ela gosta mais é de macacada, de acrobacias no colo e muita brincadeira o que o pai, claramente, faz mais e melhor que eu.
Resta-me esperar mais um pouco para poder pegar nela ao colo outra vez e recuperar todo o tempo em que não pude proporcionar-lhe um tipo de mimos de que ela ainda precisa muito por ser ainda pequenina.
Acredito que ser professor é a profissão mais importante e bonita do mundo.
Claro que há valor em todas as profissões e que existem profissões extremamente importantes para a sobrevivência da humanidade e da própria vida na Terra (ou em outro sítio qualquer).
Mas existirão sempre primeiro os professores a educar as mentes brilhantes que poderão mudar o mundo.
Infelizmente não tenho qualquer vocação para professora. Não tenho o talento e a paciência necessários para ensinar pessoas competentemente. Já me vejo grega para educar as minhas crianças, missão que levo a cabo com uma seriedade que não dedico a mais nada.
Tenho, por isso, o maior respeito e admiração por todos os bons professores.
Não tive muitos bons professores. Tive muito poucos mesmo bons o que, mais do que lamentável, acho muito grave.
Mas tive um, de História, no 9º ano que foi o melhor de todos.
O professor Paulo, na altura com 29 anos, era um profissional e um ser humano excecional. Tive muita sorte em tê-lo como professor de História naquele ano.
Sempre gostei muito de História o que até poderia ter ajudado a gostar dele mas, tanto quanto posso dizer com toda a sinceridade, ele poderia ser professor de mirandês que teria sido o meu professor preferido na mesma.
O professor Paulo ensinava a matéria de uma forma maravilhosa, com uma paixão contagiante e recorrendo sempre a meios alternativos: filmes, teatralizações na aula, exemplos práticos, livros, música... sempre sem nos poupar a pormenores mais chocantes ou radicais.
Mas ele ensinava mais do que a matéria obrigatória. Ele ensinava-nos sobre civismo, educação, empatia e humanidade em geral.
Notava-se que ele gostava de pessoas, gostava de as formar e esforçava-se para dar o seu toque ao mundo no sentido de o tornar um sítio habitado por seres mais conscientes e empáticos.
Com ele aprendi que os vilões não ganham sempre mas todos os outros têm que saber lutar. Os bullies da sala de aula viram-se todos aflitos com ele, que baseava as notas em muito mais do que nos testes ou nos trabalhos. Ele avaliava a forma como as pessoas se tratavam umas às outras e, principalmente, como se esforçavam por melhorar.
Ele ensinou-me o valor da arte em geral e da música em particular na mudança de mentalidades e do rumo do mundo. Ensinou-me sobre o capitalismo, sobre a capacidade ilimitada da crueldade humana sem me dizer o que pensar mas ensinando-me a pensar por mim.
Ensinou-me que todas as pessoas têm valor para lá da aparência e que é preciso lutar para sair da zona de conforto para sítios melhores.
Foi dos primeiros professores que me tratou pelo nome com total respeito e que me conseguia ver para além da rapariga tímida e assustada que sempre fui. Tenho a certeza que ele mudou a vida de muita gente naquele ano.
Naquela turma e naquela aula, os tímidos ganharam uma nova vida, os sabichões ganhavam uma normalidade pouco habitual e os que se dedicavam a azucrinar os outros viram a vida transformada num pequeno inferno onde existiam consequências para os atos de estupidez e maldade.
Depois desse ano fui estudar para Almeirim e a minha vida nunca mais foi a mesma.
Continuei a ser tímida e reservada mas deixei de usar apenas a fuga e a invisibilidade como técnica de sobrevivência.
Passei a ter objetivos, a fazer planos e a lutar por aquilo que queria com um crescente sucesso.
Tenho a certeza que o professor Paulo foi fundamental para esta mudança que se operou em mim aos 14 anos.
Tenho andado a pensar em comprar areia cinética para brincar com as miúdas mas antes disso quis fazer eu areia caseira (comestível) em casa para ver como resultava e se elas gostavam de brincar com aquilo.
Misturei farinha de trigo e óleo (mais ou menos 4 canecas de farinha de trigo para meia de óleo) e a areia ficou com uma consistência bem interessante e fofinha.
Então coloquei um lençol velho no chão da cozinha, vesti umas roupas velhas às miúdas, distribuí colheres, tacinhas e a areia, e deixei-as a brincar.
Ficaram ali entretidas uns bons 15 minutos e pareciam estar mesmo a gostar daquilo.
Cheia de fezada fui fazendo coisas pela casa enquanto as miúdas estavam "entretidas".
Claro que, depois de se fartarem, começaram a andar pela casa com os pés cheios de farinha. E claro que o chão da cozinha ficou um caos.
Bom... lá aspirámos aquilo tudo e decidimos deitar a areia fora.
E registámos mentalmente que esta brincadeira não é mesmo para repetir dentro de casa. Num jardim, num pátio tudo bem. Na cozinha, nem pensar.
Mesmo se tivessemos ficado com elas a brincar, creio que nunca podíamos evitar um festival de farinha por todo o lado. Em vez de duas pessoas sujas, teríamos três ou quatro.
Os 15 minutos de entretenimento não compensam de maneira nenhuma todo o esforço de limpar o chão e a roupa depois.
Por isso sigam um conselho de mãe: se não têm quintal ou varanda, não se metam nisso. :D
A Maria, sempre que pode, corre para o nosso quarto, abre a minha gaveta da mesa de cabeceira e bebe o conteúdo de todos os frascos de soro fisiológico que encontra.
Tanto bebe estes pequeninos da foto como frascos muito maiores.
É que bebe aquilo como se estivesse a beber a melhor coisa do mundo!
E como sabe que nós lhe chamamos a atenção e não a deixamos beber (se a apanharmos) ela esgueira-se para o quarto sorrateiramente e bebe o que encontra o mais rápido possível.
Um dos meus objetos preferidos cá de casa é um mix de quadro branco e quadro de cortiça que tenho na cozinha.
Comprei-o no AKI e custou cerca de 15 euros.
É a melhor coisa para me organizar todos os dias e não me esquecer de nada que tenha para fazer de urgente.
Anoto de tudo ali: as tarefas diárias ficam no quadro branco e vou apagando à medida que as vou completando. Também anoto ali os menus da semana e os copos de água que vou bebendo ao longo do dia (aqueles riscos na parte de baixo).
No quadro de cortiça deixo as faturas importantes e as listas de compras.
Não há nada mais prático e também ecológico. Desde que passei a usar o quadro que gasto muito menos papel em lista de tarefas.
Recomedo vivamente este sistema de organização. Posso dizer que faz toda a diferença na nossa vida cá em casa.