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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 24.10.16

Maria #7 Quase 4 meses depois, já gosta de chucha

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Ao contrário da Lara que já usava chucha na maternidade, a Maria nunca quis chucha.Nós dávamos e ela cuspia para fora. Sempre. Durante mais de 3 meses.Não é que insistíssemos muito. Tentávamos dar-lhe uma, duas, três vezes... Ela não queria e nós não insistíamos mais. Ao fim de algum tempo, deixei de insistir de todo e mentalizei-me de que ela não iria usar chucha e pronto. Não havia grande problema com isso.

 

Até que a Maria começou a chuchar no dedo. Chuchava no dedo para adormecer. Também não via grande problema com isso e até achava fofinho. Mas depois lembraram-me que seria mais difícil largar este hábito do que largar a chucha. O dedo estava li sempre disponível.Confesso que não me senti muito alarmada e não foi por isso que insisti na chucha.

 

O que aconteceu foi que, por volta dos 3 meses, a Maria começou a fazer um grande "xinfrim" de cada vez que tinha sono. Chorava, chorava, chorava. Eu colocava na mama, embalava, colocava-a no tapete de atividades, no carrinho... e ela chorava e chorava e gritava até que adormecia.

 

Um desses dias lembrei-me de tentar dar-lhe a chucha novamente. Não funcionou logo mas vi que já pegava nela mais tempo. Fui começando a oferecer-lhe a chucha quando ela chorava com sono. Umas vezes funcionava, outras não mas ela ia ficando cada vez mais tempo com a chucha.

 

Até que, de um dia para o outro, passou a dormir sempre com a chucha. Foi uma questão de poucos dias desde que comecei a oferecer-lhe novamente a chucha.De modo que, perto dos 4 meses, a Maria aceitou a chucha e nós estamos muito contentes com isso. É a melhor forma de acalmar a Maria quando quer dormir o que nos poupa (a nós e a ela) muitos minutos de stress.Para já usa-a só para dormir mas já a levamos para todo o lado.

 

Ainda bem que guardei as chuchas dela. :D

Seg | 24.10.16

Educar um ser humano

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Mesmo antes de saber que queria ser mãe, imaginava que devia ser maravilhoso educar um ser humano. Não sei se era movida por uma vontade de poder, um ímpeto pelo controlo das mentes alheias como forma de tentar mudar o mundo, ou outra coisa qualquer, mas o facto é que tinha uma visão muito romântica da ideia de educar filhos.Imaginava-me (e ainda imagino) a falar-lhes de grandes filósofos e a ensinar-lhes a ter um pensamento crítico e sempre de acordo com as suas próprias consciências.Não queria filhos exatamente como eu. Queria que fossem melhores, muito melhores.

 

E depois, eis que tenho duas filhas e eis que percebo que educar uma criança é muito mais difícil e complexo do que eu poderia imaginar. E bastante melhor. Incomensuravelmente melhor.

 

Aprendi que a mente das minhas filhas é muito mais complexa do que uma plasticina que eu possa moldar como achar melhor. Elas são únicas e serão sempre aquilo que quiserem ser, não o que eu queria ser ou o que eu queira que elas sejam. Aliás, o meu amor por elas não me deixa querer que elas sejam nada de diferente da vontade de cada uma. Contando que não prejudiquem ninguém (nem a elas próprias) terão o meu apoio sempre para fazerem aquilo de que gostarem mais.

Educar, essa coisa complexa

Aprendi também que, antes de querer educar as minhas filhas, tenho que me educar a mim própria, no sentido de ser o exemplo dos valores que gostaria que elas tivessem. Não há outra forma de fazer as coisas. Aqui não serve a máxima: "Faz o que eu digo e não o que eu faço." Se quero que sejam melhores que eu, tenho que ser melhor primeiro.Isto para dizer que, quando me tornei mãe tornei-me numa pessoa cheia de responsabilidades, acima de tudo, em relação a mim mesma. Senti necessidade de ser melhor comigo, de tratar mais de mim.

 

Passei a comer melhor, a fazer exercício com regularidade e a tratar da mente com muito mais cuidado. Comecei a tentar limar aquelas coisas com as quais estava descontente mas sem grandes preocupações. Comecei a querer ser o melhor exemplo para as minhas filhas. Quis ensinar-lhes como se faziam as coisas mas, na verdade, tive que reaprender a fazê-las primeiro.

 

O resultado tem sido ter muito menos de muitas coisas.Tenho o roupeiro mais vazio, a cozinha mais vazia de doces, tenho a estante com menos livros, a mente com menos disparates, tento falar menos (isso é o mais difícil) e, sobretudo, tento falar melhor. Até os meus pensamentos têm de ser mais controlados, para serem ocupados com menos "palha" e mais coisas bonitas, interessantes e construtivas.

 

Com isso não quero dizer que me transforme numa pessoa diferente do que era, ou que faça coisas completamente contrárias ao que sou. Nada disso.O que faço é ser mais convicta nas coisas que já sei que são melhores mas, antes, não tinha genica para realizar. Devo isso, entre muitas outras coisas, às minhas filhas.